Portal IG entrevista MEIRY KAMIA: Aprenda com os erros dos BBBs

Aprenda com os erros dos BBBs

Arrogância, destempero emocional, vitimização: ao longo dos 75 dias de confinamento, os participantes do “Big Brother 13” cometeram vários deslizes. Relembre os maiores

Renata Reif , iG São Paulo

No início do jogo o clima entre os brothers ainda é amistoso, mas logo a competição se estabelece e a atmosfera se intensifica. Afinal, desde 8 de janeiro estão todos na corrida pelo prêmio de R$ 1,5 milhão. Características que estavam escondidas surgem como uma erupção e levam a condutas nada bonitas, mas muito comuns dentro e fora das telas: destempero emocional, arrogância, apatia, falta de posicionamento, vitimização e falsidade.

Ouvidos pelo iG, quatro especialistas explicam como estas condutas podem prejudicar não só os participantes de um reality show, mas todas as pessoas que, sem perceber, caem nas armadilhas demonstradas pelos BBBs.

Destempero emocional: Aline, Fani, Kamilla e Anamara tinham dificuldade em expor suas ideias. Muitas vezes impunham suas opiniões de maneira combativa.

No caso do “Big Brother”, este comportamento está ligado a um quadro de estresse, pois os participantes ficam trancafiados dentro de uma casa, concorrendo por uma quantia enorme de dinheiro. Já na vida pessoal ou no trabalho, se isso é uma constante, a pessoa ficará isolada.

“Como ela se impõe através da agressividade, o relacionamento não flui fácil”, explica o psicólogo Antônio Carlos Amador Pereira. No jogo, esse perfil de participante é eliminado rapidamente, como foi o caso de Aline.

Viver em banho maria: com medo de não ser aceito, Nasser dificilmente expõe suas opiniões.

Quem age desta maneira tem dificuldade de se comprometer. São pessoas medrosas, que se ocultam, não escolhem, e fazem média com todo mundo. Comprometer-se envolve correr riscos, e uma pessoa “em cima do muro” tem medo de arriscar, perder, sentir dor e não ser aceita.

“Ela só está olhando o que vai perder, e não o que vai ganhar”, resume a psicóloga e consultora organizacional Meiry Kamia. A também psicóloga Ana Bock complementa: “A pessoa que não tem coragem de assumir suas escolhas consegue a aceitação pelo não posicionamento”.

Falta de iniciativa: Marcello, André e Aslan tinham muita escuta e pouca ação.

As pessoas que escutam demais normalmente perdem o momento de agir e atuam pouco na construção da vida. “São conhecidos como espectadores, mas quando batem palma o espetáculo já acabou”, analisa Ana Bock. Elas não interagem com o que se passa ao seu redor, seja no trabalho ou na vida particular, muitas vezes por causa do medo.

Pessoas que se escondem atrás da timidez costumam ter um crítico interno muito grande, que julga o tempo todo. Desta maneira, ficam paralisados e não evoluem, pois preferem se manter na zona de conforto a causar sofrimento mexendo-se. O equilíbrio na comunicação é uma resultante da prática e interação contínua. Para Antônio Carlos, se a pessoa só fala ou só ouve, ela fica desequilibrada. “É preciso saber fluir e refluir”.

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Patinho feio: Marien tinha mania de perseguição e quase sempre se colocava no lugar da vítima.

As pessoas de baixa autoestima não se gostam e projetam isso para os outros. “Muitas vezes desenvolvem esta característica porque foram criadas com pouco afeto”, atesta Ana. Tudo isso produz pouco orgulho de si próprio e vem acompanhado com o sentimento de que outros “não gostam de mim, falam de mim”.

Sentir-se perseguido é um comportamento gerado pelo medo no nível mais grave, que é a paranoia. Há tanto medo dentro desta pessoa que sua percepção é deturpada: ela se sente pequena e se coloca no lugar da vítima, pois não tem poder nenhum sobre si, nem autoconfiança. Passa a ter dó de si mesma e faz questão de lembrar aos outros o quanto é fraca. Em um ambiente de trabalho, é aquela que só reclama.

Centro das atenções: Kamilla cantava o tempo todo, mesmo sob críticas do grupo; Dhomini e Eliéser passavam dos limites com piadas e brincadeiras fora de hora.

As aparências enganam: às vezes, o exibido é alguém que se esconde. Quando uma pessoa chama muita atenção para si, ela faz de tudo para que o outro não perceba o que pode ser desavalorizado nela. “Essa pessoa se traveste de um outro personagem, que é engraçado, falante, escondendo dos outros seu vazio”, exemplifica Ana. Demandar atenção o tempo todo é uma postura imatura e pode cansar os colegas de trabalho e as pessoas com quem nos relacionamos na vida real.

Pedantes e petulantes: os veteranos Bambam e Yuri usavam a experiência como uma maneira de se impor.

É imaturo da parte do veterano não perceber que ele pode não saber o que é necessário no momento presente. A arrogância também é uma forma de mascarar a própria fragilidade. “É um jogo que começa na escola: o menino que está no segundo ano se acha melhor do que está no primeiro, e assim por diante”, explica Antônio Carlos, e emenda: “Adultos também se comportam de maneira arrogante em nome da experiência”.

Solícitos e manipuladores: Andressa, Ivan e Natália se disponibilizavam para baixar a guarda do concorrente.

De fato, há pessoas sempre dispostas a ajudar. Mas em uma situação de concorrência, como no “Big Brother”, alguém bonzinho demais é estranho. É o tipo de pessoa que leva recado: banca o disponível para outras pessoas baixarem a guarda e se exporem.

A estratégia serve para ler sinais, criar empatia e saber mais sobre a vida do outro. Mas a médio e longo prazo o manipulador solícito fica sozinho, porque ninguém é bobo o tempo todo.

Perseverantes ao extremo: cega de paixão, Fernanda conquistou André de tanto insistir.

A sister fez uso de uma técnica infantil: insistir até o outro ceder. Este mecanismo não envolve convencimento, como em uma conversa em que se recebe argumentos e muda-se de opinião. Neste caso, de um relacionamento amoroso, a paixão aprisiona o outro como um objeto. E quem gosta de ser tratado como um objeto? “Diferente do amor, que liberta, a paixão funciona como uma droga, a pessoa enxerga de forma deturpada. Normalmente essas pessoas tiveram problema com rejeição”, diz Meiry.

Falta de asseio e higiene: Kamilla limpou a escova de cabelo com a faca na cozinha e deixou calcinha suja no banheiro para outros participantes recolherem.

Noções de higiene são a base da educação e do respeito. “O reality show é uma extensão da vida. Em um programa deste tipo, a pessoa não consegue se transformar em algo que ela não é”, explica o consultor de etiqueta Fabio Arruda, ele próprio ex-participante de um programa do gênero (“A Fazenda 1”).

Falta de compostura: Em briga com Eliéser, Kamilla insinuou na frente de todo mundo que o rapaz seria “mal dotado”.

”Nenhuma intimidade deve ser exposta desta maneira, ainda mais diante do país inteiro”, resume Fabio Arruda. “Invadir a privacidade do outro é tão bobo, coisa de primário. E de mau gosto”.

Dilúvios de álcool: Andressa, Fernanda e Natália entravam em euforia durante a bebedeira e depois alegavam amnésia etílica.

Para quem está sóbrio, não existe bêbado agradável. Fernanda chegou a jogar bebida na cara de André durante uma festa e repetiu o comportamento com Nasser. “Adultos que não têm controle não servem de exemplo”, resume Fabio Arruda.

DR na frente de todo mundo: Nasser e Andressa discutiam diariamente em ambientes de convivência entre os participantes.

Se discutir o relacionamento já é chato para o casal, imagina para quem não tem nada a ver com a história. “Ao agir assim, o casal parece estar querendo a opinião dos outros”, conclui Fabio.

Disponível em: http://delas.ig.com.br/comportamento/2013-03-26/erros-dos-bbbs.html

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